1ª turma do STF valida busca pessoal e domiciliar por guarda municipal

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Colegiado cassou acórdão do STJ e chancelou flagrante feito por guardas em caso de tráfico.

CONFIRA A DECISÃO DE ALEXANDRE DE MORAES


CONFIRA ANÁLISE FEITA PELO EX CMT-GERAL DA BRIGADA: CEL PAULO ROBERTO MENDES RODRIGUES

STF mantém legalidade de atuação da Guarda Civil Metropolitana de SP em crime de tráfico de drogas – 1ª Turma entendeu que agentes podem fazer busca domiciliar quando houver indícios de crime.
DECISÃO:
Por maioria dos votos, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve decisão do ministro Alexandre de Moraes que reconheceu a legalidade da atuação da Guarda Civil Metropolitana (GCM) de São Paulo em busca pessoal e domiciliar relacionada a crime de tráfico de drogas. A questão foi analisada na sessão desta terça-feira (1º) no julgamento de agravo regimental no Recurso Extraordinário (RE) 1468558.

Entenda o caso – Prisão em flagrante após busca domiciliar
Num patrulhamento de rotina, agentes da GCM perceberam que um homem havia largado uma sacola que carregava. Eles não encontraram drogas com ele, mas na sacola descartada havia entorpecentes embalados para a venda. Depois dele confessar que, em casa, tinha mais drogas, os guardas foram ao local e encontraram maconha, skunk, cocaína, crack e thinner. A quantidade do material e a forma como estava acondicionado era compatível com a hipótese de tráfico de drogas. Os agentes, então, prenderam-no em flagrante.
A prisão em flagrante foi convertida em preventiva pela Vara de Embu-Guaçu (SP). A defesa apresentou habeas corpus no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) sustentando que a abordagem da GCM foi ilegal e pediu sua soltura, mas não teve sucesso. No entanto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) acolheu recurso e determinou o trancamento do processo. O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) então recorreu ao Supremo.
Em decisão individual, o relator, ministro Alexandre de Moraes, acolheu o recurso do MP-SP e cassou o acórdão do STJ. Em agravo regimental, a defesa alegava que os guardas metropolitanos não têm entre suas atribuições fazer prisões e buscas e não presenciaram venda ou entrega de drogas nem viram seu cliente escondendo ou consumindo os entorpecentes. Também argumentaram que não havia prova de que ele tivesse consentido com a entrada dos agentes em sua casa.

Busca é possível se houver indício de crime
Na sessão desta terça-feira, o ministro Alexandre de Moraes votou para negar o agravo e foi seguido pelos ministros Luiz Fux e Flávio Dino e pela ministra Cármen Lúcia. Para a corrente majoritária, o flagrante permite a busca domiciliar, independentemente de mandado judicial, desde que haja indícios da prática do crime dentro da residência. A atuação da GCM no caso, segundo o entendimento da maioria, se enquadra nessa situação.
Ao seguir o relator, o ministro Flávio Dino considerou que é preciso prestigiar as instâncias locais de segurança. Segundo ele, a Guarda Metropolitana faz um policiamento mais próximo à comunidade e, embora não se equipare à Polícia Militar ou Civil, tem papel basilar no sistema de segurança pública.
O ministro Cristiano Zanin ficou vencido, por entender que esse tipo de atuação é próprio das polícias militares. A seu ver, as guardas municipais não têm atribuição para realizar buscas pessoais nem domiciliares com fins investigativos, e somente podem realizar prisão em flagrante se a prática do crime.
Fonte: https://noticias.stf.jus.br/postsnoticias/stf-mantem-legalidade-de-atuacao-da-guarda-civil-metropolitana-de-sp-em-crime-de-trafico-de-drogas

Reflexão
O tema – abordagem policial – está na pauta, por ser uma ferramenta fundamental nas ações de polícia ostensiva pertinente as Polícias Militares, especialmente considerando a criminalidade reinante e, mais ainda, quanto ao trafico de drogas. Diversos artigos já foram publicados sobre o assunto, face sua relevância. Agora emerge a questão das abordagens, busca pessoal e domiciliar por parte dos guardas municipais.
Pois bem! Está criado o caso concreto: as guardas municipais estão cada vez mais recebendo atribuições de polícia.
O norte é que o crime deve ser freado pela polícia ostensiva com as ferramentas que dispõem aumentando sua capacidade de contenção da criminalidade através do aprofundamento de suas ações de inteligência e execução diuturna de ações/operações policiais, especialmente junto aos locais de risco, de forma a demonstrar que podem frear o avanço de tais delitos que perturbam a ordem pública e, por consequência, a paz social.

Paulo Roberto Mendes Rodrigues
Ex-Comandante Geral BM

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